Editorial

O número 3 da revista CiNEMAS marca um período de transição desta publicação. Pretende-se envolver no espírito cineclubista da AO NORTE, e assumir esta relação cruzada entre contribuições do mundo académico e da investigação sobre o cinema, e contribuições das várias pessoas que, ao longo dos anos, se associam às nossas atividades. O cineclubismo é também esse olhar com discernimento, implica a crítica cinematográfica do cinéfilo, e traz consigo um mundo de pontos de vista que, tantas vezes, padece ignorado nas publicações mais académicas.

De forma a ignorarmos esta transição, decidimos trazer para a secção de texto convidado não apenas um artigo, mas uma antologia.

Miguel Castelo Agra é um amigo de longa data da Associação AO NORTE. Nestes anos de colaborações e parcerias, foi-nos trazendo o olhar sobre o cinema galego, a crítica fílmica sobre autores centrais ao cinema, e a sua experiência direta com projetos e iniciativas de agitação cinematográfica na Galiza.

A antologia que publicamos nesta edição recolhe um conjunto das suas contribuições, muitas feitas na Conferência Internacional de Cinema de Viana. São apresentações livres, em discurso direto, pensadas para leitura e discussão no contexto da conferência. E são, também por isso, formas textuais que dificilmente teriam lugar nos formatos rígidos de uma publicação científica. No entanto, não deixam por isso nada a dever ao olhar crítico de um investigador. O leitor encontrará, nos textos desta antologia, uma leitura singular, a atenção à linguagem fílmica, e a riqueza analítica de uma contribuição notável para a reflexão sobre o cinema. E, ao mesmo tempo, sublinhará a forma singela e cativante com que o Miguel Castelo nos tem presenteado as suas diversas intervenções nos eventos da AO NORTE.

A Antologia está dividida em três grandes temas de discussão trazidos pelo Miguel Gastelo: Cinema Galego, com análise de filmes de diretores galegos; Cinema e Escola, com reflexões sobre cruzamentos entre cinema e escola em contextos galegos, e Análise Fílmica, onde foram recolhidas contribuições de análise fílmica de grandes autores e obras do cinema internacional.

De seguida, a CiNEMAS.3 estrutura-se por cinco cadernos que condensam artigos em linhas temáticas comuns.

O Caderno.M é o habitual caderno de contribuições vindas do MDOC, contando nesta edição com artigos de Jorge Campos, coordenador do X-RAY DOC, e José da Silva Ribeiro, coordenador do FORA DE CAMPO.

Os cadernos A, B, C e D acolhem artigos submetidos por participantes na Conferência Internacional de Cinema, artigos esses que foram revistos e aprovados para publicação por um comité de investigadores doutorados convidados para o efeito.