Há muitos anos (pelos menos 7) na bruma da serra nasce o tocador do PHOLE. Quando os pássaros não bastam para colmatar o vazio sonoro e as árvores já não trauteiam canções orgânicas, os caminhos já não nos levam onde queremos ir. Na senda da descoberta infinita da regra desarticulada, do meandro absoluto do desapego sensível, encontra-se a forma abstrata de transformar reações cognitivas em padrões e reações sonoras. Se outrora o medo de se perder a “forma/fôrma” ocupou a consciência dos ouvidos plurais, interessa agora tornar o objeto num respeitado instrumento de reprodução sonora. Transformar as sequências sonoras em vivências: reações e ações.
“Tocador” do projeto PHOLE, nasce em Viana do Castelo em 1986, começa desde muito novo a interessar-se pelas pessoas e pelas vivências do seu lugar de origem, Perre (Viana do Castelo), tornando estes conceitos parte do seu trabalho e do seu percurso artístico. Um tocador que quer viajar da eira para um outro espaço, das suas memórias para um presente em construção. O projeto PHOLE é uma pesquisa sobre o acordeão, neste caso em particular o acordeão diatónico, chamado de concertina. Na sua pesquisa existe uma ligação permanente, que advém também da sua pesquisa visual e que tem que ver com o encontro com a memória, com o seu passado e as histórias do lugar de onde pertence. Uma ligação permanente e construtiva sobre quem habita o seu quotidiano ou já habitou.
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