RE.VER.04

nov.29_30

2025

Programa

29novembro

— Sala Experimental Café Concerto
do Teatro Municipal Sá de Miranda
  • 10:30
    João Gigante

    Apresentação

  • 10:30
    Alexandre de Magalhães
    +

    Cóclea: ensaio sobre a escuta

    Motivado pela compreensão de fenómenos que ultrapassam os limites da perceção, o autor desafia o mito da centralidade humana. Poderíamos relacionar-nos com o mundo, de forma significativa, sem recorrer a narrativas pessoais? Munido de instrumentos de registo e deteção a progressão no território inicia-se em busca de frequências subliminares. Na escuridão, a visão esmorece, a audição aguça-se e o que julgamos conhecer escapa-se-nos do entendimento. Confrontado com o desconhecido, a singularidade do que somos é posta em causa. Fauna e flora apresentam-se como próteses percetivas que transcendem a experiência do real propondo novas estruturas do conhecimento.

  • 15:00
    Inês d'Orey
    +

    Arquitecturas da Memória

    Inês D’Orey apresenta o seu percurso e prática artística através de projectos que exploram a arquitectura, o património e a memória colectiva, revelando a sua visão particular de cidades como Tóquio, Buenos Aires e Bucareste.

  • 16:30
    Tito Mouraz
    +

    Olhar inquieto

    Embora partindo de locais autênticos e de geografias predominantemente pessoais, o seu trabalho situa-se entre o teatro e o documentário, questionando tanto a veracidade da fotografia quanto a própria substância da imagem. Considerando que a fotografia oferece múltiplas interpretações, ela explora os limites entre a documentação imparcial, as expectativas e as emoções. Trata-se de um olhar inquieto, que desafia a noção tradicional de uma linguagem única e definitiva.

  • 18:30

    GALERIA ADORN

    Rua Mauel Espergueira 93

    Exposição
    Química II
    — por RAQUEL MOREIRA
    quimica ii raquel moreira

    Química combina a atração por elementos diarísticos e a experimentação de diferentes processos fotográficos. Desenvolvido ao longo de três anos, este trabalho explora os desdobramentos da imagem e as possibilidades da representação e da percepção. A partir de uma abordagem manual e do uso de processos alternativos, investiga a natureza das coisas e a capacidade alquímica de mutação, criando imagens que se movem entre o estranhamento e a familiaridade, documentando aquilo que nos cerca e se transforma, ao longo do tempo.

    Após uma primeira apresentação no The Cave Photography, no Porto, em 2023, este trabalho regressa ao seu contexto de criação, revelando objetos recolhidos em Viana do Castelo, entre o rio e o mar. Nesta exposição, fotogramas e quimigramas vão dialogar com a pintura, na mesma procura de metamorfose.

  • 22:00
    Projeção do filme
    As coisas não são feitas por acaso
    Tiago Cravidão | Portugal | 2013 | 78'
    As coisas não são feitas por acaso
    As coisas não são feitas por acaso (in pngpictures.com)

    Embora partindo de locais autênticos e de geografias predominantemente pessoais, o seu trabalho situa-se entre o teatro e o documentário, questionando tanto a veracidade da fotografia quanto a própria substância da imagem. Considerando que a fotografia oferece múltiplas interpretações, ela explora os limites entre a documentação imparcial, as expectativas e as emoções. Trata-se de um olhar inquieto, que desafia a noção tradicional de uma linguagem única e definitiva.

    Realização Tiago Cravidão Pesquisa Ana Castelo Imagem Miguel Amaral, Tiago Cravidão Música original improvisada a partir das imagens de Eduardo Gageiro Luís Figueiredo Montagem Tiago Cravidão, Tiago Sousa Som directo Pedro Lourenço Misturas Pedro Lourenço Produção Tathiani Sacilotto, António Ferreira, Tiago Cravidão Chefe de produção Flávia Portezan, Sofia Tavares, Inês Prazeres, Ana Rajado

30novembro

— Sala Experimental Café Concerto
do Teatro Municipal Sá de Miranda
  • 11:00
    Álvaro Domingues
    +

    Todo o mundo é composto de mudança

    Todo o mundo é composto de mudança - Na vertigem da mudança acelerada, a fotografia fixa apenas um momento. No trabalho de geógrafo esse breve instante é tudo quanto basta para ensaiar a escuta do mundo. A paisagem é um desses episódios fugazes, uma brecha para acompanhar aquilo que o poeta Camões dizia acerca dos acontecimentos: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades / muda-se o ser, muda-se a confiança.

  • 15:00
    Lucília Monteiro
    +

    Fotografia / Lugar do corpo

    Fotografar negativos fotográficos dos anos 50 e 60, retocados a lápis, nos quais exploro o sagrado e o social para criar um novo lugar do corpo.
    A fotografia transcende o mero registo do real — ela suspende a realidade no tempo e confere-lhe uma nova dimensão, extraordinária, onde o corpo deixa de estar preso ao instante e passa a existir num espaço simbólico e intemporal.
    A representação do corpo humano — e o uso dos lugares do corpo como metáforas — está profundamente enraizada na cultura, na arte e na linguagem. Desde as pinturas rupestres até às selfies contemporâneas, o ser humano sente uma necessidade constante de se representar, de dar forma visível à sua identidade e à sua existência.
    O corpo, tal como a fotografia, é um lugar de memória, de transformação e de continuidade. Mesmo quando o corpo físico desaparece, ele persiste através da imagem, do arquivo e da imaginação. A fotografia torna-se o espaço onde o corpo sobrevive — onde se reconfigura e renasce em novos contextos e gerações.
    Cada nova imagem, cada novo “lugar”, representa uma renovação do corpo no território do conhecimento e da memória.
    Fotografar estes negativos foi, assim, um gesto de reencontro com o passado — uma forma de reinscrever o corpo e a sua simbologia num novo tempo e num novo olhar.

  • 16:30
    Lara Jacinto
    +

    Ver os olhos que viram

    A apresentação do meu trabalho mais recente servirá como ponto de partida para pensar o retrato — enquadrando-o na minha prática artística, mas também no seu papel no contexto da fotografia documental e pós-documental — enquanto matéria sensível no processo de construção da Imagem do Mundo, no sentido proposto por Martin Heidegger.