Eu tenho o poder! partirá da hipótese de que a fotografia é um medium oscilante. Remeteremos à sua autonomia expansiva, da natureza escrevendo imagens; à história póstuma de grandiosas fotografias tardiamente entendidas como objetos de arte; ao fascínio pela explosão do vernacular que desregulou a convenção; à relação com autores conforme seus métodos; à experiência tangível na sua dimensão social; à mutação da autoridade numa produção colaborativa; à sua mediologia inacabável. Destacaremos ainda, as relações performáticas do corpo em posse da câmara, as imagens dentro e aquelas que se projetam, os assuntos e representações, em gestos de empoderamento.
A prática artística de Tânia Dinis surge de um trabalho de pesquisa e de criação sobre a intimidade, e realiza-se através de um confronto assíduo com o arquivo, com os álbuns de família, os documentos e outros objectos de memória que ela encontra no seu ambiente familiar, nos aglomerados anónimos das feiras e mercados, ou em situações de partilha com grupos de pessoas e comunidades específicas, recorrendo também a imagens reais.
Num tempo de verdadeira "pandemia das imagens", de uma torrente tão vertiginosa em que fotografamos tudo, em que documentar o momento é mais importante do que vivê-lo, se calhar não tirar uma foto é quase tão importante como tirá-la. "Intuir, Pensar e Fazer imagens: não necessariamente por esta ordem" é um ponto de paragem nesta deriva sem programa ou destino, na sempre complexa tarefa de falar de porque e como se faz o que se faz: neste caso, imagens: moventes, fixas, metafóricas.
Uma fábula sobre a desconfiança no poder da câmara (ou do filme) para reproduzir a vida. O fotógrafo de uma pequena cidade no centro de Itália, Celestino, conhece uma estranha personagem dotada de um poder sobrenatural, através da sua máquina pode decidir a vida e a morte das pessoas retratadas. (in filmin.pt)
Numa conversa conjunta sobre a sua prática artística individual, João Leal e Raquel Moreira propõem uma reflexão sobre o modo como a fotografia se inscreve nos seus percursos, atravessando ou ocupando diferentes lugares e metodologias que se refletem nos trabalhos, publicações e exposições que têm vindo a apresentar.
Para Raquel e João, a fotografia é um meio que representa, expressa e questiona. Um meio que assume formas diversificadas que suportam a polissemia de olhares e interpretações do que os rodeia.
A apresentação centra-se na exploração dos modos em como a fotografia é usada como meio de representação daquilo que nos é familiar e pessoal. Através da discussão de um corpo de trabalho recente, o autor procura estabelecer uma relação entre o fotógrafo e o espectador anónimo.
Desde 2012 que me debruço, enquanto artista visual, sobre diferentes problemas culturais e políticos que afectam a juventude, focando-me nas questões de género que refundam a identidade dessa comunidade geracional, trabalhando através da fotografia o existir quotidiano de jovens e de grupos marginalizados. A minha fotografia trabalha a diferença como potência política e como interface para uma cidadania plena, problematizando a identidade de género e questionando outras formas de existir na diferença que questionam e enfraquecem o poder de um concepção binária e normativa do género. Com a série New Age Kids tornei objeto (e sujeito) da minha fotografia jovens lisboetas que não se identificam com um género normativo.